domingo, 14 de março de 2010

verdades e mentiras.

Eu sou tudo em apenas um, permaneço em constante mudança no tempo. Metamorfoseando-me de instantes em instantes. Avançando à passadas largas e inconstantes. Correndo os ponteiros do relógio, sussurrando inconformidades, gritando alegrias vorazes.
Eu avanço rumo ao precipício, vejo-me em seu buraco arqueado. Sou os dias que passam sem serem vistos. A visão embaçada daqueles que choram em um túmulo partido.

Ser um todo, ser um meio, ser vazio.

Um grande nada de esperanças incompreendidas, a ilusão inconstante, porém verdadeira. Eu me vejo nessa realidade aumentada, essa aproximação louca da vida que não faz sentido sequer para mim mesma.
Eu vejo esse instante que passa, essa maré que corre feito louca; O azul, o vermelho e o laranja que se misturam em uma canção de amor desfeita.
Eu me encontro entre picotes desnecessários de um papel escrito em tinta barata, cores desbotadas compõem minha imagem em palavras flutuantes. Os ponteiros dos relógios, que não andam. Horas e mais horas que não passam. A janela aberta contempla o anoitecer de tempos melancólicos, em uma constante alegria improvável.

(Mariana Montilha)