quarta-feira, 21 de julho de 2010

minúncias reais...

É assim mesmo, você me faz flutuar em banho maria, você me cozinha, gradativamente, de modo tranquilo, como se não esperasse por nada mais... E dá tragos desnecessários em seu cigarro, enquanto mistura todos os sabores de agressividade e doçura. Quem foi que falou em brutalidade, se a necessidade anda ali? Eu poderia dizer minúncias sobre isso, e ainda assim estaria apenas divagando pensamentos aleatórios.

(Mariana Montilha)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

cigarros.

Sentir o toque dos dedos, por entre o vazio do espelho que reflete nossa imagem distorcida... Respirações ofegantes, gemidos baixinhos, o cheiro invasivo da nicotina em cada centímetro tocado por aquelas mãos hábeis.

Os cabelos, seus movimentos, o respirar descompassado, cada ato involuntário, o desnorteamento, trazendo o frio daquele medo e, ao mesmo tempo, o calor de cada gesto. É sempre assim. É tão intenso. Destrói... por completo, corrói.

Mal se pode ver por onde vai, mal se pode ver o que será, mal se pode caminhar, em passos firmes, por entre essa claridade excessiva do caminho menos seguro. E as cinzas caem por entre meus dedos, enquanto a fumaça sobe, em círculos, na dança eterna e inebriante daquelas nossas aventuras dolorosas, fugazes, quando achávamos que a necessidade era apenas... Necessidade.

E você se vai novamente, igual já foi, e como nunca antes.

(Mariana Montilha)