sábado, 13 de agosto de 2011
tempo, sempre ele...
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Decorar você.
Para onde foram todos os nossos poemas escritos a mão? Nossa história refletida em brasas quentes de velas pela metade. Nossos trechos redigidos em lápis de cor azulado, que jamais deixaram de existir dentro de minhas páginas amareladas, de minha mente e de meu coração.
Por entre a distância cálida de nossa existência, enquanto você dormia em sonhos de revolução, contemplei tua calmaria sonolenta. Tua completa presença enrolada entre meus lençóis brancos, como anjo caído dos céus para perturbar minha vida, antes tão pacífica.
Teu olhar sobre mim tentava sempre dizer mais do que eu poderia compeender. E entre céus azuis e nuvens transparentes, fiz questão de desenhar você... e meus arrepios ao menor toque.
(Mariana Montilha)
sexta-feira, 1 de abril de 2011
luzes como sonhos...
Toda lágrima que se foi como início de uma gargalhada, cada riso descontente, e um chamar desatento do vento por sobre sua cabeça desacordada. Cada fala desconcertante, cada gesto sem sentido, cada inspirar de oxigênio que corre contra o vento e sopra seus cabelos, entre gestos de vida e morte... Mas você se decidiu por sua necessidade irritante de vida, tanta vida que nem se pode viver exatamente. Luzes que piscam em seus olhos e te cegam para o mundo. Sonhar nunca foi o suficiente, sonhos são facilmente despedaçados, eles cansam, eles exaustam, sugam toda a felicidade, para, então, cuspir apenas restos mortais de algo que já foi importante para a vida...
(Mariana Montilha)
sexta-feira, 4 de março de 2011
poeira e fumaça.
A mesma estrada sem fim segue diante minha vida. Conforme ela corre e percorre minha existência sem nome, ela some, para fora de minha vista.
Tragos lentos no cigarro aceso me elevam para o infinito dos sonhos, vejo o filtro queimar, se dissolvendo em poeira, enquanto a fumaça que escapa através das cinzas desenham caminhos desalinhados no céu... Seus caminhos são guiados à passadas constantes e ininterruptas, estradas estreitas traçadas com cautela e precaução; Mas ninguém caminha por essas ruas, agora desertas.
(Mariana Montilha)
sábado, 12 de fevereiro de 2011
hoje, amanhã, sempre.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
noite estrelada.
Por tanto tempo, caminhei em sua direção, sem qualquer outro caminho em minhas mãos. Minha cegueira, cegou a todos nós, mas os olhos permaneceram abertos por todo o tempo, tentando enxergar qualquer vestígio de vida, qualquer coisa. A escuridão deu espaço ao medo, que tomou conta de mim, que dominou meus atos e me paralisou na tempestade de um deserto de aflições e angústias. Nenhuma voz foi ouvida novamente por mim, e ninguém pôde ouvir meus gritos de desespero, súplicas perdidas ao vento quente, que a areia cobriu com o tempo.
Mariana Montilha.