domingo, 27 de julho de 2008

Inviolável!

Você não me conhece, não me enxerga, nem me vê...
Não me ouve, apenas escuta.


Nós não somos felizes, nós apenas estamos aqui!
Sem motivo, sem expectativas, sem significado.

Somos feitos de vergonha e desespero,
Tentamos ser bons, mas nunca é o bastante!

E eu sinto muito, sinto muito se não era o que você queria,
Sinto muito se não respondi às suas expectativas,
Mas eu não vou mudar!
Nem por você, nem por ninguém...

Ninguém irá tirar o que há dentro de mim,
ninguém vai me violar!

(Mariana Montilha)

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Incógnito

E todos os nossos dias passados tornaram-se algo estranho, insubstituível.
Sonho com a alegria que não posso ter,
A felicidade que me é negada,
O mundo dá mais voltas do que se espera,
As pessoas mais doces tornaram-se arrebatadoras,
Os modelos mais difíceis tornaram-se os mais baratos,
Os monstros mais medonhos tornaram-se banais,
Os sussurros mais esperados já não são como eram,
Os dias voam e as horas passam como brasa,
Os minutos já não existem, os segundos são pequenos demais.
E nada, nada é como já foi, nada ainda é, tudo se foi.

(Mariana Montilha)

terça-feira, 22 de julho de 2008

Memórias de mim mesmo

E um dia sem você não vale a pena,
É como se não existisse, não fosse vivido.
Como se não houvesse razão, nem explicação,
Meu mundo se acaba, ele não é forte o suficiente


Somos passado e presente
O futuro não cabe aqui, sombrio e sujo, quase vulgar.

O silêncio toma conta de meu corpo,
Meus gestos já não são controláveis,
Meus medos, minhas âncias de você, minha razão.

Tudo muda, tudo some, tudo se transforma.
Mas eu vou continuar aqui, parada, imóvel, inoperante, em meu lugar,

Esperando os dias passarem, a vida voar.

(Mariana Montilha)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Meus vários eus

Neste momento sou a chuva leve,
Minhas gotas deslizam pelo teu corpo, me atrofia.
Suas curvas moldadas pela cantoria,
sigo caminhos ainda não descobertos.

Sou, talvez, o lado mesquinho,
E mudo teu caminho

Sou agora um poema inacabado, interrompido;
escrito em papel queimado; achado no lixo;
penetrante como perfume francês;
de fácil pronunciação, porém ainda incompreendido.

Sou, então, uma canção cantarolada baixinho.
Pronunciadas de seus lábios para meus ouvidos.
Pêlos aguçados, suas raras gargalhadas, seus raros sorrisos.

Fotografo momentos na memória,
revejo-os todos os dias, todos os momentos.

Sem você sou incompleta, sem tempero, metade, infeliz.

(Mariana Montilha)

domingo, 20 de julho de 2008

Sobre Sentimentos

E não há nada, nada tão profundo quanto aquele sentimento que me perturba dia e noite, me eleva e me abala.
Passo o dia a esperar algo que não sei, algo que não vem.
Meu desespero cresce e continuo a esperar, cada coisa em seu lugar.

As horas arrastam-se lentamente,
De repente os minutos não são mais minutos,
E os segundos se tornam pequenas torturas.
Sentimentos se confundem, me rasgo, me jogo, me quebro.
Não sou mais eu, não dependo mais de mim, apenas jogo o jogo.
Mas ele se vai, e sobram apenas sombras, redemoinhos que giram e destroem.
E se no final as coisas piorarem, serei apenas um rastro de poeira daquilo que me permiti ser.

(Mariana Montilha)