sábado, 18 de abril de 2009

Em topor.

Você me chama, mas eu não escuto,
Me toca e eu não sinto.

Minhas lágrimas não escorrem mais,
Meu coração não bate,
E minhas veias não voltam a pulsar.

Eu pulei do sétimo andar,
Eu me joguei na frente dos carros,
Eu me afoguei em uma banheira.

Meus pulsos estão cortados,
Mas a falta de pulsação não me deixa.
Eu não morro!
Não me vou.

Minha cabeça está em um forno ligado,
O gás não me incomoda,
O gelo está à minha volta,
Mas eu não congelo.

A corda que prendia meu pescoço arrebentou,
A faca na minha garganta não tem corte.

O que eu sinto?
O coração... dilacerado!

(Mariana Montilha)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A la folie

Há tanto fogo em nossa estante agora,
As cinzas formadas que se espalham pelo chão.
cada rajada de vento que as varrem.

Em uma distância meticulosa,
Há quanto tempo eu me dou.

Agir de for inteligível,
Aguardando a necessidade que nunca vem.

Por que faz isso? Cala querendo falar,
Fala quando cala.
Transbordando sensibilidade,
Em cada mudez falada.

Seu álibi nos julgará,
E eu tenho a força para não permitir.

Não sei qual o problema,
Mas ele existe.
Presente em cada momento.

Rasgando as paredes de papel manchado,
Surtindo efeito em um mundo de crepom,
Plástico, sem vida, machucado.

(Mariana Montilha)