quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Velocidade.

Memórias de uma vida inexistente,
Recordações ainda não vividas,
Acasos que não passam de simples acasos,
E os sinais de um sentimentalismo barato.

É o que me mata!
Sufocando-me durante a noite,
Em uma escuridão sem fim!

Em cada esquina que eu virar,
A cada passo que eu der rumo ao futuro,
Em cada momento de existência medíocre,
Eu quero você ali, comigo!

Apontando-me o caminho,
Sussurrando em meus ouvidos.
Versos bonitos, prosas esquecidas.
E a sensação de que tudo faz sentido.


(Mariana Montilha)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Matéria Inorgânica.

Sou folha de papel amassada,
Rasgada em tiras desproporcionais,
Por alguém que quer ver o momento passar.

Sou pedra sendo jogada ao lago,
Eu afundo, em suas profundezas.
Sem credo, sem destino, sem esperanças.

Sou um livro na estante mais alta,
E talvez eu não tenha um bom conteúdo,
Nem boa capa, nem boa letra...

Talvez eu tenha sido queimada,
E esquecida na fogueira... e as letras que
Compunham minha história,
Foram todas derretidas...

Eu sou aquela lágrima,
Que escorre solitária e silenciosa,
Enquanto o coração grita por atenção.

(Mariana Montilha)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O peso de viver.

O que eu trago em meu coração,
O que eu carrego em minha mente,
Ninguém pode mudar!

Eu sou como um quadro,
Sendo pintado em tinta óleo,
Que demora pra secar
E é manchado pelo tempo.

Eu sou aquela fina gora de chuva
Que escorre pela janela,
Chega ao final e morre, desaparece.

Eu sou a estação do frio e ventania,
A que traz neve, mas esquenta corações,
Sou a que brinca de guerra de travesseiro,
Quando o que realmente quer é chorar.

E meu coração se desfaz a cada segundo,
Estilhaçado, em mil pedaços.
Mas ele continua pulsando,
Rápido, forte, teimoso.


(Mariana Montilha)

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Inconstância.

Pessoas, momentos, histórias.
Quando a vida passa, quando as pessoas se vão...
Quando as lágrimas já não são suficientes.
Acasos que me ajudaram a ser quem sou hoje.

Minha força interna estremece,
Ela tende a cair.

Os desenhos formados pelos pingos da chuva na janela
Lembram-me de uma época de risadas e felicidade,
Elevam-me à outro mundo, outra realidade.
Mas os sons de passos me trazem a tona!

Eu quero ser livre, eu quero viver!

A balança lá em baixo, indo de um lado para o outro.
As flores e os sorrisos dados naquele lugar!
Promessas ditas no silêncio.
Lembranças que jamais serão esquecidas.

Pessoas que nunca se irão de nossas mentes.

O reflexo que vejo em seus olhos me lembra da vida,
Aquela que sonhamos juntos, a que perdemos ao acordar.


(Mariana Montilha)