quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Sem vida.

Não é uma história, nem um poema, esse texto simplesmente não faz sentido algum, mas eu o adoro:


O que existia, na realidade, não era um desejo mútuo, não era uma razão... concreta. Nem um sentimento inexplicável. Era um ato incontrolável, um elemento incógnito.

Ela me olhava, assim como se olha para uma bela fotografia paisagista, em que a cada olhadela enxerga-se algo mais, um elemento que, antes, não parecia tão importante, nem sequer era realmente visível, mas que, depois de descoberto, não haveria modo de suportar sua inexistência.

Era simples demais, era complicado demais.

Ninguém disse que seria fácil. Ninguém disse que seria. Ninguém. Mas há coisas das quais não é necessário falar, apenas se sente.
Cada emoção, cada sentimento tem um nome diferente. De onde vinham tantas opções? De onde surgiram tantas tentações?

Mas ela estava ali. Não para mim, nem para si mesma, mas ainda assim, ali. Sua presença aterradora era mais do que eu queria, era mais do que eu podia suportar. Apenas um olhar já me torturava e não havia nada que eu pudesse fazer quanto a isso.

Envolvidos por um mundo que não nos pertencia, agindo de forma contraditória por tudo o que se perdeu. Tudo o que foi perdido até então. Tudo o que perdemos de nós mesmos em uma curva de esquina. Assim como a escuridão parecia não ter um fim digno de memórias.

Ali. No meio do caminho. Perdidos entre o ser e o não ser. Entre a razão e a inconciência. Um passo para o futuro, entre milhões de tentativas inacabadas.

(Mariana Montilha)

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Insustentável.

Há algo estranho, já não sinto mais.
O vazio é enorme, avassalador.

O muro protetor foi abalado,
Intrusos que invadem emoções.
O acaso, os sentimentos, o amor adaptado.
Tudo instável, incalculado.

Momentos intocáveis, santificados.
O coração quebrado, o horror.
Quando você se fecha em seu próprio mundo,
E finge ser o que não é, um ótimo ator!

O otário. Ordinário!

Pedaços perdidos de si mesmo,
A alma inviolável.
O sorriso de mentira.
O coração machucado.

(Mariana Montilha)

sábado, 10 de janeiro de 2009

Ego.

Eu não entendo esse vazio que surge de repente,
É desesperador, instantâneo, doloroso, angustiante.
O despertar da estação, a continuidade da sensação.

Não sei onde se perdeu, onde foi deixado;
O mundo que antes me sorria, agora se redime.

O instante assustador... passo a passo.
O horror mastigado, a luta sem vitória.
O vai e vem sem fim, o abandono.

É assim que foi, é assim que é.
Inconcebível. inacabado. INADMISSÍVEL.

Não me importa, eu não ligo,
Já não sinto, já não existo.

Meu mundo se esgotou,
Meu elo foi quebrado;
Está tudo entrecortado.

(Mariana Montilha)