quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Sem vida.

Não é uma história, nem um poema, esse texto simplesmente não faz sentido algum, mas eu o adoro:


O que existia, na realidade, não era um desejo mútuo, não era uma razão... concreta. Nem um sentimento inexplicável. Era um ato incontrolável, um elemento incógnito.

Ela me olhava, assim como se olha para uma bela fotografia paisagista, em que a cada olhadela enxerga-se algo mais, um elemento que, antes, não parecia tão importante, nem sequer era realmente visível, mas que, depois de descoberto, não haveria modo de suportar sua inexistência.

Era simples demais, era complicado demais.

Ninguém disse que seria fácil. Ninguém disse que seria. Ninguém. Mas há coisas das quais não é necessário falar, apenas se sente.
Cada emoção, cada sentimento tem um nome diferente. De onde vinham tantas opções? De onde surgiram tantas tentações?

Mas ela estava ali. Não para mim, nem para si mesma, mas ainda assim, ali. Sua presença aterradora era mais do que eu queria, era mais do que eu podia suportar. Apenas um olhar já me torturava e não havia nada que eu pudesse fazer quanto a isso.

Envolvidos por um mundo que não nos pertencia, agindo de forma contraditória por tudo o que se perdeu. Tudo o que foi perdido até então. Tudo o que perdemos de nós mesmos em uma curva de esquina. Assim como a escuridão parecia não ter um fim digno de memórias.

Ali. No meio do caminho. Perdidos entre o ser e o não ser. Entre a razão e a inconciência. Um passo para o futuro, entre milhões de tentativas inacabadas.

(Mariana Montilha)

3 comentários:

Júnior de Paiva / Dish disse...

"Envolvidos por um mundo que não nos pertencia, agindo de forma contraditória por tudo o que se perdeu. Tudo o que foi perdido até então. Tudo o que perdemos de nós mesmos em uma curva de esquina. Assim como a escuridão parecia não ter um fim digno de memórias."

Belas palavras, que também refletem minha vida nesse tempo, este mundo irreal não nos pertence de uma forma intensa como vivemos a vida!
Estou acompanhando teu blog moça!
beijos e boa semana!

Anônimo disse...

'Tudo o que perdemos de nós mesmos em uma curva de esquina.'
'Entre a razão e a inconciência.'
Bem se entende por que gosta desse texto, ele é inesplicável, ou seja, reflete muito bem o ser humano...em tempo 'sem vida'.

Gostei muito,
Beijos

flor disse...

Simplesmente, sem palavras! Esse texto me deixou assim.
Faz um tempo que eu naõ entro na net, por isso não vim aqui antes...

PS: tem memê pra você no meu blog =)...

Beijinhos e continue sempre assim, pois aqui você tem uma fã [não estou falando isso por falar, e sim porque eu realemente AMO os seus escritos]