sábado, 27 de setembro de 2008

Vida e morte.

Minha vida é uma história chamuscada,
Prestes a ser narrada.
Por alguém que ainda sonha.

Meus traços são escritos,
Em letra corrida,
Em garranchos da vida.

Meu papel foi amassado
E jogado ao fogo,
Alguém recolhe minhas cinzas.

Mas eu ainda insisto em me contar
A história de uma vida escondida
De lutas, perdas e mentiras.

Onde estamos novamente?
Com que freqüência nós nos tornamos reais?
Quanta luta ainda há para ser vencida?

Mas minha linha ainda não foi preenchida,
E eu aguardo angustiada,
O fim da minha história.
O fim da minha vida.


(Mariana Montilha)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Abstrato!

E se eu me apaixonasse?
E se dissesse que te amo?
O que faria? Reagiria?

Nós somos tão iguais,
Tão diferentes,
Tão distantes e tão próximos.

Nossos caminhos se cruzam,
E nós continuamos nos escondendo.

Esse jogo sem fim,
De obsessão e morte.

Será medo?
Qual a razão desse amor?
Desse disparo agonizante de meu coração?

Neste mundo de sonhos, de fantasias.
Momentos que vem e vão.
Qual a real razão disso tudo?
Por que nós continuamos andando?

O que nós fizemos com nós mesmos?
Agora não dá para fugir.
Controle-se, arrume um jeito.

Você virou minha razão,
Minha obsessão.


(Mariana Montilha)

domingo, 21 de setembro de 2008

Inconstante.

Seja ponderado,
Não se misture,
Se iguale, controle-se!

Não seja diferente,
Não tenha idéias próprias,
Não lute, não se rebele!

Agonize!

Não viva, sobreviva.
Não corra riscos,
Não seja você mesmo.

Esconda, proteja-se.
Seja só mais um.
Não se abale,
E não busque a verdade.

Grite!

Agora morra,
E não tenha vivido.


(Mariana Montilha)

sábado, 20 de setembro de 2008

Se eu pudesse te ter.

Vejo os segundos a passarem como horas,
Eu espero, incansavelmente,
Por um alguém que não vem, um alguém que me falta.
Um pedaço meu.

E não passa sequer um dia sem que eu não pense em você,
Sem que meu corpo não aclame por suas mãos,
Sem que meu coração não implore sua alma.

Mas eu me recordo de tudo!
O primeiro beijo, a primeira troca de olhares.
O meu coração pulsando incontrolavelmente.

As palavras encantadoras.

E é difícil falar da terrível delicadeza disso tudo,
A promessa não dita,
Os sentimentos expostos em brilhos de olhares.

E as estrelas, que eram todas amarelas.

(Mariana Montilha)

Nota: este foi escrito para alguém especial. ♥

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Momentos Intermináveis.

São os pequenos momentos as nossas dádivas,
Eles nos compõem e nos completam, os pequenos detalhes.
E nossas vidas são tecidas por eles,
Um abraço, um sorriso, uma troca de olhares,
O momento exato em que as mãos se encontram,
E aquele calor que sobe em seu peito...
As borboletas no estômago, voando desesperadas,
Pedindo para serem libertadas.
O toque dos lábios, os carinhos...
O coração que já não bate, os músculos que já não lutam,
O assustador motivo da luta,

O sentimento aflorando,
E por mais que haja esforço,
E você já não pode negar que sente aquilo,

Você já não pode esconder de si mesmo,
E o inabalável peso daquele sentimento.


(Mariana Montilha)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Paixão.

Por que vinde a mim se nada me dizes?
Diz-me qual é teu sabor, me deixa te provar!
Deixa-me sentir teu cheiro!
O cheiro de amor dado, de amor correspondido.

Deixa-me sentar em teu colo,
Deixa-me adormecer em você, vem me ninar.


Naquele nosso mundo de sonhos,
Onde não existe mais nada, mais ninguém.
Onde pessoas nos abandonaram, onde somos apenas nós.

E aquele sentimento arde, eu grito!
Eu já pedi socorro, eu já tentei me salvar, já tentei me livrar,
Mas nada adianta, apenas ter você ao meu lado.

(Mariana Montilha)

sábado, 13 de setembro de 2008

Evolução.

Eu passei por muitas mudanças.
Minha mente já não é a mesma,
Eu já não sou aquele mesmo eu!
Minhas tristezas são ainda mais profundas,
Mas meu coração pulsa do mesmo modo!
Minhas dores continuam se extravasando junto à poeira do tempo
E eu continuo confusa, perdida em um mundo de conto de fadas,
Onde os bons já não sobrevivem,
Onde os dragões cospem fogo nas princesas,

E as páginas escritas das histórias estão queimadas,
As crianças já não acreditam, o mundo é cruel.

(Mariana Montilha)