terça-feira, 11 de maio de 2010

razão por respirar.

Foram dias lindos, momentos, sorrisos, olhares. Intensidade. Foram histórias, recordações, delicadezas. Tristeza compartilhada, dores, felicidades. Realidade. O passado rendeu, e ainda rende, memórias insubstituíveis, saudade absurda. A necessidade de ouvir aquela voz já superou qualquer outra. E a compulsão pelo choro tornou-se sempre presente. Eu era ainda uma criança a crescer. E ninguém passou por nós, ninguém capacitou-se em nos tocar.


Eu, sua criação imaginativa. Você, todo meu ser.

E quanta falta faz essa ausência de você em mim. Dores que já não são nem minhas. Nem as lágrimas, que escorrem aos gritos, serão ouvidas então. Eu conheço todas as suas dores, eu estive presa no mesmo lugar, sussurrando as mesmas palavras desconexas, chorando as mesmas lágrimas de solidão desesperada, naquela mesma distância percorrida em vão. Lágrimas pelo que foi deixado pelo caminho, pela dor do abandono.


E viver, sem sonhar. Pois o único sonho foi caminhar; E meu único motivo, imaginar.

Todo mal começou aqui, de um início sorridente, encantador. O Passado da não-mentira; o futuro ilusório da não-verdade. E superar-se em sua dor mais profunda, dando caminho ao desespero, envolvido em seus piores medos. Machucando-se cada vez mais.

Ao entrar em minha vida, sua alma estancou-se aqui. E agora, você se foi, levando junto de si parte quase total de mim.
Então, o vazio.

(Mariana Montilha)

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