sábado, 15 de agosto de 2009

Sou...

Eu sou a rodovia de mão única;
Que você atravessou sem dar importância.
Eu entrelacei meus caminhos,
Em ondas de inconstância.

Minha paisagem chama, seduz.
Em cada árvore que passa,
Você se emenda, reduz.
Pela metade - do avesso.

Eu sou aquela que você fingiu não ver;
Com a alma que você fingiu não ler.
Em um instante que você fingiu não existir;
Com sentimentos que você fingiu não sentir.

Sou os cacos de vidro no chão,
Espalhados como grãos...
... Instantes antes de a instabilidade chegar,
Você me deu as mãos.

Com a chama apagada,
Em um mar de incerteza.
Com os olhos fechados,
Em um instante inexistente.

(Mariana Montilha)

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