sábado, 20 de dezembro de 2008

Sussurros estalados.

Você pode fazer suas próprias regras,
Ir contra aquilo que vos dizem os sábios
E redigir seus momentos.

O coração. Ah, o coração!

Tão forte ele bate, quanto ressoa,
Aqui, ele se despede. Aqui ele se vai,
Aqui, tão fraco sussurrado ao canto.

Em memórias de nós mesmos,
Os suspiros vão e vêm,
Os sussurros nos embalam,
E as tristezas que se salvam.

Lágrimas sempre vêm,
Eu vejo a sujeira no espelho limpo,
Eu vejo o caminho sendo guiado,
E, no entanto, jamais seguido.

Os caminhos que se encontram. Desencontram!
A arte, o caos, as ações!
Estranhos embalados pelo som,
Vozes assanhadas por discussão.

O vai e vem sem fim,
O que há de mim?


(Mariana Montilha)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Tudo, tudo, tudo.

Cadê você que tudo tem? Que tudo pode?
Que tudo grita, que tudo quer?

Onde estará, onde estará?

Meu bem amado, espalhado pelo chão.

Você que aqui ressoa, você que aqui me pede,
Você que aqui se encontra.
Que mal haverá? Que mal pode haver?

Entre as garras do mundo, eu ouço saudade.
Entre as vozes de todos, transpiro emoção,
Quaisquer que sejam. Oh, inquietação.

Insistente inquietação.
Ansiedade. Angústia. Aflição.
Desespero, loucura, escuridão.

No despertar de nós mesmos,
Quanto tempo eu o aguardo, oh maleficência,
Estranheza de meu coração!


(Mariana Montilha)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Entrementes.

Eu vi flocos de neve caírem,
Um após o outro, como um manto encantado.
Vi a tristeza se confundir ao branco
E os sonhos despedaçados.

Lembro-me da energia e da intensidade,
E de quando me bateu a saudade.
O floco de neve parou,
Junto ao meu coração dilacerado.

A história contada não condiz com a verdade,
A cena de amor e ódio,
O ópio do medo e horror.

O pesadelo sem fim,
Os momentos passados,
E os instantes entrecortados.

Já não faz mais sentido,
Qual o prazer e a dor?
Qual o motivo do amor?

Eu vi a chegada do céu,
E ainda me lembro de seu ardor,
Mas nós estivemos calados,
Sempre!


(Mariana Montilha)