quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Convergência

... Mas sempre dói tanto deixar quem amamos partir. Ela buscou com as pontas dos dedos as mãos dele, ainda ali, como um refúgio, mas não havia mais qualquer sinal de existência. Seu corpo sabia disso mais do que seus sentimentos que ainda buscavam qualquer modo de acreditar... em qualquer coisa. Olhando para o teto branco, vazio de significado, mas que, antes, guardou em vão, secretamente, dias felizes. Ela sabia que estava de passagem pelo mundo dos sonhos... tentando alcançar o inalcançável... alcançar a felicidade. Virou para o lado e fechou os olhos.
... Mas sempre dói tanto deixar quem amamos partir. Ele buscou o sorriso dela com seus olhos , como refúgio. Sem qualquer sinal de reaproximação. Ele sempre soube disso, apesar de seu corpo e sua mente ainda procurá-la... em qualquer lugar. Sentado em sua cama, encarava a parede fria, que jamais foi capaz de guardar qualquer lembrança, nem sequer conhecê-la. Ele não sabia mais o que fazer em um mundo sem ela... Tentando atingir o inatingível... Atingir a felicidade. À um ponto acima de sua capacidade. Levantou e caminhou de encontro a parede, ficando rente à ela, e encostou sua cabeça ali, enquanto fechava os olhos.
Um mundo os separava, então.

(Mariana Montilha)

2 comentários:

Anônimo disse...

muito bom!
você já publicou algum material?

jenifer. disse...

o mais lindo abor *-*